O que é e como age no organismo?
Única vitamina produzida pelo organismo, funciona como hormônio porque é produzida na pele e age a distancia nos ossos e músculos. O sol é responsável por 90% da sua produção. A radiação ultravioleta B do sol penetra na camada mais superficial da pele (epiderme) e promove uma reação fotoquímica que leva à produção da molécula precursora da vitamina D. Esta é levada através do sangue para a ativação no fígado e rins.
Seu principal efeito se dá por aumentar a absorção cálcio e fosforo intestino e estimular a mineralização dos ossos, além de melhorar a função muscular.
A deficiência da Vitamina D aumenta o risco de osteoporose e fraturas (principalmente nos idosos).
DOSAGEM LABORATORIAL
A vitamina D pode ser dosada no sangue e dados epidemiológicos mundiais mostram que cerca de 30% dos indivíduos apresentam índices que indicam deficiência de vitamina D (valores acima de 30 ng/ml são considerados normais e abaixo de 20 ng/ml são considerados deficientes).
Há, porém, uma controvérsia sobre pacientes que possuem valores laboratoriais intermediários na dosagem da vitamina D, compreendidos entre 20 e 30 ng/ml. Estes casos podem ser considerados por alguns pesquisadores como “Nível Insatisfatório” e como “Deficientes” por outros e boa parte da população pode se encontrar nesta situação.
FOTOPROTEÇÃO E VITAMINA D
Já está muito bem estabelecido o efeito da radiação ultravioleta do sol como fator causador do câncer de pele, do fotoenvelhecimento, das discromias (alterações de cor e manchas) e de algumas doenças de pele que sofrem sua ação direta (fotodermatoses) o que justifica todo trabalho que os dermatologistas vêm fazendo em relação à orientação e às campanhas de estímulo à fotoproteção. Vale lembrar que o câncer de pele é o tipo de câncer mais frequente na população.
Sabemos também que a Vitamina D necessita da ação da radiação UVB para ser produzida. Nos horários mais recomendados para exposição solar pelos dermatologistas; anterior às 10 horas da manhã e após as 15 horas (desconsiderando-se o horário de verão), a ação da UVB é mínima, não justificando a exposição solar durante esses períodos, particularmente com a intenção de produção de vitamina D.
Também há trabalhos científicos que mostram que a exposição não intencional ao ambiente externo pelo tempo de 10 a 15 minutos diários, somente das mãos e face, seria suficiente para a produção adequada de Vitamina D em uma pessoa de pele clara. Ou seja, uma pessoa de pele clara que caminhar diariamente ao sol no horário do almoço por 10 a 15 minutos, (mesmo com roupa de inverno) terá acumulado o suficiente de radiação UVB para produção de vitamina d nas doses recomendadas.
Desta forma, adotamos a posição e as orientações da Sociedade Brasileira de Dermatologia em relação à vitamina D e fotoproteção, que destacamos a seguir:
1 – A Exposição ao Sol, de forma intencional, não deve ser considerada como fonte para a produção de vitamina D, ou para a prevenção de sua deficiência.
2 – As medidas fotoprotetoras, como uso de roupas e chapéus, óculos escuros e a não exposição ao sol em horários extremos (10hrs-15hrs), continuam como a recomendação mais adequada para a prevenção ao câncer de pele e ao fotoenvelhecimento
3 – O Uso de Protetores Solares com FPS superiores a 30 devem ser recomendados para todos os pacientes, acima de 6 meses, expostos ao sol. Não se deve realizar exposição ao Sol sem o uso adequado de protetores solares. Crianças abaixo de 6 meses não devem se expor diretamente ao Sol e não devem fazer uso regular de fotoprotetores. Não se recomenda o uso rotineiro de Protetores Solares com FPS abaixo de 30.
4 – Pacientes considerados como sendo de risco para o desenvolvimento de deficiência de vitamina D devem ser monitorados através de exames periódicos e podem utilizar fontes dietéticas ou suplementação vitamínica para a prevenção de deficiência de vitamina D.
São considerados fatores de risco para o desenvolvimento de Deficiência de Vitamina D:
- Lactentes recebendo amamentação exclusiva;
- Idosos (pele envelhecida produz menos vitamina D);
- Indivíduos com baixa exposição ao sol:
- Uso rigoroso de medidas de fotoproteção;
- Cobertura da pele por práticas religiosas;
- Pessoas com pele negra ou morena escura;
- Condições climáticas desfavoráveis em relação à exposição solar;
- Obesos mórbidos;
- Pacientes com síndrome de má absorção;
A dose diária recomendada de Vitamina D para a prevenção de deficiência em indivíduos de risco é a seguinte:
- 0-12 meses: 400 UI/dia
- 1 a 70 anos: 600 UI/ dia
- 70 anos: 800 UI / dia
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